Os testes para verificar se um medicamento é eficaz e seguro dividem os voluntários em dois grupos: um recebe a fórmula que está em análise, o outro toma apenas um placebo (substância sem relação com o objeto de estudo).
Este segundo é chamado de grupo de controle, e ele é importante para que seja possível comparar os resultados e verificar se uma suposta melhora ou cura tem realmente relação com o remédio testado ou é fruto da expectativa gerada no próprio paciente, ou seja, um efeito psicológico.
Assim é feito o teste da vacina de Oxford, que também segue o método duplo-cego, no qual nem o participante nem os pesquisadores sabem quem recebeu de fato a fórmula ou quem recebeu apenas um placebo.
O voluntário carioca que participava dos testes clínicos da vacina candidata contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca e morreu devido a complicações da doença havia recebido o placebo.
O médico João Pedro Rodrigues Feitosa morreu na última quinta-feira (15).
Feitosa tinha 28 anos e estava desde março na linha de frente do combate ao novo coronavírus — atualmente, trabalhava em dois hospitais da cidade do Rio, um da rede municipal e outro particular.
Ele recebeu a dose que seria de um placebo no fim de julho e começou a ter sintomas da Covid-19 em setembro.