Daniela Reinehr (sem partido) evitou responder se concorda com ideias neonazistas e negacionistas sobre o Holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial.
Ela foi questionada sobre o tema durante sua primeira coletiva de imprensa como governadora, nesta terça-feira (27).
Ela assumiu o cargo após o governador Carlos Moisés (PSL) ser afastado temporariamente enquanto seu processo de impeachment é julgado.
Se o placar da votação da denúncia se repetir no tribunal especial, Moisés pode ser absolvido e voltar ao cargo.
Reinehr teve a denúncia arquivada.
Reinehr já havia sido questionada pela imprensa por meio de sua assessoria, sobre sua opinião sobre o nazismo, mas ela não respondeu.
A reportagem tentou esclarecer se ela rejeita as ideias do pai, Altair Reinehr, professor de história.
Seu pai já escreveu textos em que relativiza o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Uma fotografia dele, em frente à casa onde nasceu Adolf Hitler, em Braunau am Inn, na Áustria, ilustrou um texto no qual ele reclama de que “nem é permitido lembrar obras reconhecidamente positivas” de Hitler, citando como exemplo as rodovias construídas pelo regime nazista e os supostos 90% de aprovação popular de que o ditador gozaria.
No texto, o pai da governadora interina afirma ainda que, em Braunau, Hitler, “após uma infância bastante infeliz, teve uma adolescência e juventude marcada por enormes dificuldades, sacrifícios de toda a ordem e notadamente incompreensões”.
Além disso, sem citar o genocídio dos judeus, afirma que o nazista, “num curto espaço de tempo, acabou com o problema do desemprego de 6 a 7 milhões de pessoas, revitalizou a indústria, moralizou os serviços públicos e transformou a Alemanha num canteiro de obras”.
O pai de Reinehr também testemunhou favoravelmente a Siegfried Ellwanger Castan, condenado por racismo por publicar livros antissemitas.