Em depoimento de mais de seis horas, o ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo afirmou nesta segunda-feira aos investigadores que o presidente Jair Bolsonaro gostaria de ter um diretor-geral da corporação com quem tivesse “mais afinidade” e que por isso Bolsonaro teria decidido demiti-lo.
O delegado também relatou no depoimento que recebeu, na noite de 23 de abril, um telefonema do próprio Bolsonaro. Valeixo relatou que, na conversa, o presidente comunicou sua exoneração do cargo de diretor-geral da PF.
A interlocutores, Valeixo já havia confirmado que Bolsonaro ligou para ele na véspera de sua saída para comunicar que o tiraria do comando da PF. O delegado também contou a pessoas próximas que, na ocasião, Bolsonaro não lhe ofereceu outras opções. Com a publicação da exoneração de Valeixo no dia 24 de abril, Moro pediu demissão.
O ex-diretor-geral foi ouvido na Superintendência da PF em Curitiba, onde está passando férias após sua saída do cargo. O depoimento teve uma pausa para o lanche, por volta das 14h30, e foi retomado em seguida.