O Intercept Brasil publicou nesta segunda-feira (20) mais um capítulo da #VazaJato.
O vazamento mostra que Procuradores da Operação Lava Jato usaram o site O Antagonista de Diogo Mainardi e da Empiricus para influenciar na escolha do novo presidente do Banco do Brasil no governo de Jair Bolsonaro.
No final de 2018, a força-tarefa de Curitiba atuou em conjunto com repórteres do site O Antagonista para evitar que Ivan Monteiro, ex-presidente da Petrobras, assumisse a chefia do banco.
Visto como o responsável por “salvar” as contas da Petrobras, Monteiro era o nome mais forte entre os cotados para assumir o Banco do Brasil, uma escolha do próprio ministro da Economia, Paulo Guedes.
A preferência, no entanto, desagradou Onyx Lorenzoni, atual chefe da Casa Civil de Bolsonaro e amigo próximo de Deltan Dallagnol.
Em conversas no Telegram, obtidas pelo Intercept, fica evidente a parceria entre a Lava Jato e o jornalista, assim como Diogo Mainardi e Mario Sabino, também do Antagonista, para prejudicar a imagem de Monteiro.
Além de receberem documentos e informações em primeira mão, os repórteres também deixavam que procuradores ditassem a direção editorial do site.
A reportagem do Intercept também cita que Mainardi, dono e editor do site, acatou o pedido de Dallagnol e parou de publicar notícias sobre um escândalo de corrupção que envolvia o escritório de advocacia Mossack Fonseca, suspeito de abrir empresas offshore no Panamá.
Em outro caso, a Lava Jato seguiu um boato repassado por Claudio Dantas para pedir, sem autorização da justiça, a quebra do sigilo fiscal de Marlene Araújo Lula da Silva, nora do ex-presidente Lula, em 2016.
Nada foi encontrado contra ela, que nunca foi indiciada ou acusada de qualquer crime.
O vazamento mostra ainda que o Assessor de Imprensa do Ministério Público Federal pede cautela ao Procurador Deltan Dallagnol, afirmando que o site O Antagonista não é confiável por se tratar de um blog com objetivo de combater apenas o “petismo” com forte cunho ideológico.